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PRESSÃO ATMOSFÉRICA: O PAPEL DA EXPERIMENTAÇÃO E INVESTIGAÇÃO NA FORMAÇÃO DO CONCEITO

 

Guilherme Salgueiro Goulart (autor)

Lisete Funari Dias (orientadora)

 

 

 

 

   Metodologias que instiguem os educandos na busca pela construção de seu conhecimento devem cada vez mais se fazer presentes no contexto educacional. Estratégias que visem conciliar uma aprendizagem significativa e que, ao mesmo tempo, contemplem o conhecimento científico, podem e devem ser estruturadas. Uma alternativa que apresenta este caráter de contemplar a aproximação entre conteúdo teórico e sua aplicabilidade prática é a experimentação e investigação. Segundo Reginaldo, Sheid e Güllich: “A  realização  de  experimentos,  em  Ciências,  representa  uma  excelente ferramenta  para  que  o  aluno  faça  a  experimentação  do  conteúdo  e  possa  estabelecer  a dinâmica e indissociável relação entre teoria e prática” (2012, p. 2).

   Com isso, tendo por base a experimentação e investigação, enquanto metodologia e, a fim de instigar um pensamento mais crítico e sistêmico, desenvolvemos, em turmas do segundo ano do Ensino Médio, na Escola Estadual de Ensino Médio Marechal Cândido Rondon, uma atividade experimental, denominada de “chuveirinho de garrafa pet”, cujo objetivo era relacionar o conteúdo conceitual de pressão atmosférica, visto em sala de aula, e sua influência no meio em que vivemos.

   O processo de ensino e aprendizagem, muitas vezes, é tido como algo factual e pragmático, que, portanto, sempre está sujeito a uma constante reformulação em sua avaliação. A metodologia adotada pelo professor é um marco muito importante na motivação do educando, algo que facilita o processo de ensino-aprendizagem, trazendo um ganho significativo a ambas as partes envolvidas. Segundo Jesus (2008, p.23) “utilizar metodologias de ensino diversificadas e que tornem a explicação das matérias mais clara, compreensível e interessante para os alunos” é uma boa forma de motivação. Já Azevedo (1995), traz o papel dos laboratórios investigativos, os quais devem estar acompanhados de situações problematizadoras, questionadoras e de diálogo, envolvendo  a resolução de um problema e introdução de conceitos. Além disso, deve conter características de um trabalho científico: refletir, discutir, explicar, relatar. Sendo assim, estas atividades desempenham papel motivador e de autonomia. A motivação está justamente em formular hipóteses, preparar experiências, realizá-las, recolher dados, analisar resultados. A autonomia está no fato de fazer com que o aluno pense e resolva o problema.

    Contudo, é importante enfatizarmos que não existe a melhor metodologia. As formas como se constrói o conhecimento são muito diversas e complexas, verdadeiras particularidades que são desenvolvidas em cada individuo e que se acentuam de acordo com uma determinada forma, seja ela abstrata, concreta ou simulada. É nesse sentido que a experimentação surge como uma das alternativas que mesclam estas múltiplas formas de aprender e que, por conseguinte, possibilitam a sistematização do conteúdo, através do raciocínio, da contextualização e da interação do educando com o mundo que o cerca. Além disso, as atividades experimentais minimizam a falácia da educação mecânica, tornam o ensino mais problematizador e possibilitam ao aluno refletir.

Atividades experimentais sobre densidade em aulas de Física do Ensino Médio
 
Camila Thomasi Ruviaro (autora)
Carlos Maximiliano Dutra (orientador)

 

 

 

   Estas atividades experimentais tiveram como objetivo principal exemplificar através de experimentos a teoria apresentada em sala de aula. As atividades consistem na experiência do “ovo mágico” proposta por Saad Fuad Daher (2005), com algumas modificações no decorrer da atividade e na experiência “densidade em diferentes sistemas” proposta por Xavier e Benigno (2010). A metodologia constou das seguintes etapas: (i) questionamento; (ii) observação; (iii) experimentação; (iv) análise dos dados. Estas práticas foram realizadas com alunos do 2º ano do ensino médio na Escola Estadual de Ensino Médio Marechal Cândido Rondon, escola que participa do Programa Institucional de Iniciação a Docência (PIBID) UNIPAMPA subprojeto Ciências da Natureza – Campus Uruguaiana, financiado pela CAPES. No primeiro momento, os alunos foram questionados pelos bolsistas ID sobre a temática densidade que viram em sala de aula e argumentaram sobre o assunto, sendo revistos os conceitos relativos ao tema. No segundo momento os educandos foram divididos em grupos seguiram um roteiro montando as práticas, roteiro que continha o que se usa na prática, como se faz, como funciona, o que pode dar errado. No terceiro momento os alunos foram questionados sobre o que aconteceria perante aquela prática. Foram instruídos sobre o que deveriam observar. No quarto momento os alunos realizaram a prática, e os bolsistas ID explanaram como se explica os fenômenos ali realizados. Ao decorrer da prática os bolsistas ID realizaram algumas intervenções interdisciplinares, contextualizando as práticas desenvolvidas com conteúdos da biologia e da química. Além da exploração sobre densidade, a prática do ovo mágico e a prática da densidade em diferentes sistemas pode explorar o empuxo dos líquidos sobre os corpos imersos, a lei de Arquimedes, o princípio físico do funcionamento das viagens com balões de ar quente e a flutuação dos navios. Através dessas práticas os alunos conseguiram visualizar melhor os conteúdos e fazer ligações com coisas do seu dia-a-dia. Os alunos realizaram as práticas sem dificuldades e fizeram vários questionamentos participando ativamente das discussões e ao concluírem demonstraram pelos depoimentos estarem entusiasmados. Essa resposta dos alunos serve de estímulo para proposição de novos experimentos na sala de aula. Uma estratégia de melhora nesta prática seria realizar um pré-diagnóstico e um pós-diagnóstico em relação aos temas trabalhados nas atividades práticas, para mensurar o nível de aprendizado produzido pela atividade.

CLUBE DE CIÊNCIAS COMO UM ESPAÇO DE DISCUSSÃO CIENTÍFICA DENTRO DA ESCOLA
 

Jefferson Maurício Nolasco Arcaro (autor)

Carlos Maximiliano Dutra (orientador)

Guilherme Salgueiro Goulart (co-autor)

Álvaro Trindade Vale (co-autor)

Camila Thomazi Ruviaro (co-autor)

Lisete Funari Dias (co-orientadora)

 

   Atualmente existe uma separação considerável entre os conhecimentos desenvolvidos em sala de aula e aqueles, aos quais, os estudantes levarão consigo no restante de suas trajetórias estudantis. Entendemos, que o processo de ensino-aprendizagem permeia não apenas a sala de aula, mas sim, outros ambientes, que muitas vezes se fazem mais atrativos e motivadores aos educandos. Em virtude, desta constatação, criou-se um espaço de discussão, na Escola Estadual de Ensino Médio Marechal Cândido Rondon, situada no município de Uruguaiana-RS, com turmas de 1° e 2° anos do Ensino Médio, com o objetivo de problematizar, informar e instaurar um pensamento que transcenda alguns velhos dogmas passados aos estudantes e que, por vezes, vem tornando a ciência como algo nada atrativo aos olhos dos mesmos. É importante referendar ainda que o desenvolvimento deste espaço, denominado de Clube de Ciências, somente foi possível a partir da nossa da inserção do Programa PIBID/CAPES da UNIPAMPA, subprojeto Ciências da Natureza – Campus Uruguaiana. Metodologicamente, este trabalho utiliza, para o inicio das atividades, um questionário que continha perguntas relacionadas ao interesse dos alunos pela proposta de trabalho, ou seja, este serviu como uma ferramenta para mapearmos qual o real interesse dos alunos pelo Clube de Ciências. O resultado mostrou que cerca de trinta e cinco alunos demonstraram interesse em participar, sendo elencadas por eles algumas temáticas que poderiam ser desenvolvidas Pudemos observar que foram mencionadas em maior número as seguintes temáticas: o desenvolvimento de atividades experimentais e a abordagem de curiosidades científicas. Após a análise dos questionários partimos em busca da estruturação das atividades, onde foi pensada uma estratégia que fosse atrativa aos estudantes e, portanto, algo que estivesse interligado com seu contexto. A partir disso, começamos a desenvolver a chamada “Ciência dos super-heróis”, onde cada aluno deveria pesquisar um determinado personagem e a partir dele interligar seus “poderes” a determinados conteúdos e conceitos presentes na área de Ciências da Natureza, como por exemplo, o Aquaman, que deveria apresentar guelras, como formato adaptativo ao ambiente aquático. Observamos a partir da execução da atividade que vários dos alunos demonstraram muito interesse no desenvolvimento da pesquisa, porém, evidenciaram certas dificuldades em relacionar o personagem a alguma área da física, química ou biologia. Logo, ao ser identificada esta problemática, passamos a trabalhar em conjunto com os alunos, de forma construirmos junto a eles associações entre o personagem e aqueles conteúdos estudados por eles durante as aulas. De um modo geral podemos concluir que a atividade demonstrou-se muito positiva, uma vez que serviu como forma motivacional para que os alunos possam continuar a desenvolver o projeto e, de forma análoga, possam perceber o quão estamos interligados ao conhecimento científico ao longo de nosso dia-a-dia.

Trabalhos e Resumos enviados e aceitos em eventos

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